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não quero mais escrever este poema
há muito para dizer mas não aqui
o sumo das videiras escorre-me
pelos cantos da boca
perdi a inocência quando tropecei
sei que entenderás esta
declaração de intenções:
pretendo ser deixado
solto e largo
como um pano ao desbarato
dos ventos nos fios metálicos
da nossa urbanidade
e dizer isto é dizer tudo
o silêncio assobia nas penas de um
cacto o lago uiva assombroso
na rouquidão da noite
e dizer isto é dizer
que te amo que te procuro
que te trago quando vens ao
encontro das minhas sibilâncias
que te encontro num amor de
trincar um amor em cachos gordos
coisas de rebentar
uma taça de estrelitas
coladas ao céu da boca
a erva é seca e rasteira
o universo infinito
a noite inteira é uma longa
história de morrer
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